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Cultura

Cinema no feriado: Brasilienses celebram a capital federal com arte e história

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Cine Brasília atrai público no recesso da Semana Santa com sessões gratuitas e homenagem à atriz e educadora Dulcina de Moraes

A programação do feriado da Semana Santa e das comemorações pelos 65 anos de Brasília, promovida pelo Governo do Distrito Federal (GDF), segue a todo vapor, movimentando a cidade. Neste domingo de Páscoa (20), além da tradicional comilança de chocolate, os brasilienses também aproveitaram as sessões gratuitas no Cine Brasília, que teve como destaque o documentário em homenagem à atriz, diretora e produtora Dulcina Moraes, falecida em agosto de 1996.

O filme traça a história desde a década de 1930 até os dias atuais, com mudanças culturais importantes para o país. “A principal entrega é conhecer mais sobre a trajetória do teatro brasileiro. E não fala só da Dulcina de Moraes, que foi uma das mulheres mais importantes na cultura e na educação – o filme também destaca grandes nomes como Fernanda Montenegro, Nicette Bruno, Françoise Forton e Ruth de Souza, que foi a primeira atriz negra brasileira a fazer televisão”, conta a diretora do documentário, Glória Teixeira.

“Estamos falando da Dulcina, sim, mas também de outras mulheres e artistas fundamentais para a formação da identidade cultural brasileira. É uma verdadeira homenagem ao nosso teatro, à nossa televisão, à nossa história”, ressalta a diretora, que destacou também a importância de ter o próprio trabalho incluído na programação de uma data tão especial como o aniversário de Brasília.

Segundo o secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes, a cultura é a alma de Brasília e poder celebrar os 65 anos da capital com arte, cinema, música e encontros é reconhecer o papel fundamental que a cidade tem na formação da identidade brasileira. “Mais do que festejar, é um momento de valorizar nossos artistas, nossa memória e as histórias que nos conectam. O GDF tem trabalhado para que a cultura esteja cada vez mais presente e acessível à população. Nesta celebração, levamos arte para brasilienses e visitantes, valorizando talentos locais e reafirmando nosso compromisso com uma cidade mais criativa, plural e viva”, afirma.

Apaixonado pelo Cine Brasília, o artista autônomo Fufy Dy Siryus, 32, conta que o espaço é um dos seus lugares favoritos da cidade. “Vim especialmente hoje para assistir ao documentário sobre a Dulcina de Moraes. Estava ansioso há muito tempo por essa oportunidade”, diz. Frequentador assíduo, ele aproveitou a programação do feriado para convidar amigos. “Hoje mesmo chamei uma galera pra vir assistir comigo. Sempre que posso, estou aqui”.

A analista de sistemas Livia Matos, 48, aproveitou o feriado de Páscoa para fazer o que mais gosta: assistir a um bom filme no Cine Brasília. “A melhor forma de aproveitar o feriado, para mim, é assim. Eu amo as ações desse lugar, tanto as mostras gratuitas quanto as sessões regulares”, conta. Morador da região, o professor Miguel Angel, 65, também não quis perder a oportunidade de conhecer mais sobre a história de Dulcina: “Moro aqui perto, então não tinha como perder essa programação, que está muito bacana”.

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Além do documentário sobre Dulcina de Moraes, o Cine Brasília exibiu neste domingo outros títulos que marcaram a programação especial. Entre eles, O Último Cine Drive-in (2015), comédia dramática dirigida por Iberê Carvalho; o documentário Rodas de Gigante, que retrata em primeira pessoa a despedida do icônico diretor de teatro Hugo Rodas; e Somos Tão Jovens, filme ambientado na Brasília de 1973, que acompanha a juventude de Renato Russo, vocalista da Legião Urbana.

Programação Cine Brasília

Segunda-feira (21)

• 14h – Manual do Herói
• 16h – Vladimir Carvalho: Cinema e Memória
• 18h – Democracia em Vertigem
• 20h20 – Eduardo e Mônica


Mais informações, acesse o site oficial do Cine Brasília.

Fonte: Agência Brasília

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Brasil

Arquivo Nacional recebe doação de acervo sobre religiosidade afro-brasileira e cultura iorubá

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O Arquivo Nacional recebeu uma importante doação do jornalista, antropólogo e babalawô Fernandez Portugal Filho, contendo um vasto acervo sobre religiosidade afro-brasileira, com destaque para a Umbanda e a cultura iorubá. Os documentos, que incluem estatutos de terreiros, como o do Centro Espírita São Jorge de 1974, são fontes históricas valiosas para investigar realidades locais, o comportamento de lideranças e, notavelmente, a dinâmica de defesa da Umbanda durante a ditadura militar.


A Importância Histórica dos Estatutos 📜

O acervo de Fernandez Portugal Filho é proveniente do centro de Estudos e Pesquisas de Cultura Iorubá, fundado em 1977. Os estatutos dos terreiros são documentos que estruturam o funcionamento (administração, fins religiosos e beneficentes) e as normas de conduta das casas.

  • Ditadura Militar: Fernandez Portugal Filho destaca que os registros dos anos 1970 são “extremamente interessantes do ponto de vista político e social”, pois “mostram como a umbanda se defendia dentro da estrutura militar, quais elementos eram utilizados para se fortalecer naquele contexto”.

  • Investigação Sociopolítica: Esses documentos permitem investigações sobre disputas internas, divisões patrimoniais e a relação complexa entre as religiões de matriz africana e o contexto sociopolítico da época.

Detalhes do Acervo e o Processamento Técnico 🗃️

O acervo foi doado em duas etapas. O primeiro lote, entregue em 1999, já está disponível para consulta presencial e abrange temas como arte e cultura negra, feminismo e a luta contra a discriminação racial, com destaque para materiais de Abdias do Nascimento.

O segundo lote, doado em 2025, foca em religiosidade afro-brasileira e inclui:

  • Revistas, jornais e recortes.

  • Regimentos e estatutos de instituições (como o do Centro Espírita São Jorge).

  • Hinos, partituras, certidões de batismo e cartazes.

  • Correspondências institucionais.

  • Acesso ao Público: Os itens do segundo lote ainda estão em fase de tratamento técnico pela Divisão de Processamento Técnico de Documentos Privados (Didop). A previsão é que fiquem disponíveis para o público em 2026. O processo inclui identificação, catalogação no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (Sian), acondicionamento e digitalização.

  • Materiais Audiovisuais: Há expectativa de doação de um terceiro lote, que incluirá fitas cassete e fitas de rolo com gravações de terreiros no Rio de Janeiro, Salvador, Nigéria e Benin (berços da cultura iorubá), além de mais de 150 DVDs sobre candomblé e umbanda.

A incorporação do acervo é vista como fundamental para fornecer novas leituras da história do Brasil, integrando narrativas e vozes que, por muito tempo, permaneceram à margem dos registros oficiais, conforme destacou Mara Luci Araújo, da Coordenação de Documentos Escritos (Codes) do Arquivo Nacional.


Com informações:  Agência Brasil

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Cultura

‘Cem dias entre Céu e Mar’: a jornada épica de Amyr Klink que ganha adaptação para o cinema

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Lançado em 1985, o livro “Cem dias entre Céu e Mar” narra a travessia inédita e solitária do explorador Amyr Klink em 1984, quando remou da Namíbia até Salvador (BA) pelo Atlântico Sul. Quase quatro décadas depois, a obra retorna aos holofotes com a adaptação cinematográfica “100 Days”, dirigida por Carlos Saldanha, cuja produção foi finalizada em 2024 e segue aguardando o anúncio oficial de lançamento

A Sobrevivência Solitária no Atlântico 🛶

O livro é um registro detalhado dos mais de cem dias de Klink sozinho, enfrentando a fúria do oceano em um barco a remo projetado por ele. A narrativa equilibra episódios de grande perigo, como os 19 emborcamentos em menos de um mês, com a rotina extenuante na minúscula cabine, lidando com a umidade, o cheiro de sal e o silêncio absoluto.

  • Desafios: Klink precisou lidar com tempestades que duravam quase uma semana, marolas traiçoeiras e a escuridão absoluta, mantendo a sanidade em isolamento.

  • Técnica e Improviso: O sucesso da expedição dependeu da capacidade de Klink de reorganizar o lastro, redistribuir o peso e utilizar o sextante para se orientar, em um processo contínuo de adaptação às mudanças imprevisíveis do mar.

  • Inovação: Um dos aspectos mais inovadores da expedição foi o plano alimentar criado por nutricionistas, com cardápios desidratados que podiam ser preparados com água do mar, economizando água potável e ampliando a autonomia da embarcação.

Do Papel para a Tela: o Desafio do Cinema 🎬

A adaptação “100 Days”, uma coprodução internacional que uniu equipes brasileiras e finlandesas, busca transpor para o cinema a complexa jornada psicológica da solidão e da resistência de Klink.

O diretor Carlos Saldanha se deparou com o desafio de transformar uma história marcada por silêncio e pequenos gestos em imagem e ritmo. Para recriar o ambiente de isolamento de forma realista, o filme utilizou tanques de água com ondas artificiais e um barco desenvolvido especificamente para a filmagem, com o objetivo de reduzir a dependência de efeitos digitais.

A travessia de 1984 consolidou Amyr Klink como um dos principais nomes da navegação moderna no Brasil e sua obra segue sendo uma referência sobre a resistência humana.


Com informações: Revista Fórum

 

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Cultura

Vozes Decoloniais: Parceria franco-brasileira inverte o fluxo de conhecimento e aposta em novas narrativas do Sul Global

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Em celebração aos 200 anos das relações diplomáticas, a iniciativa Vozes Decoloniais une as escolas francesas Kourtrajmé e o Projeto Paradiso em um laboratório inédito de desenvolvimento de séries. O projeto, que acontece em Salvador (BA) e reúne cineastas do Brasil, França, Caribe e Senegal, busca formar uma cinematografia do futuro forjada por vozes diversas e sub-representadas. O intercâmbio demonstra que o Brasil é hoje uma fonte de inspiração, exportando perspectivas únicas sobre representatividade e estética do cinema negro

A celebração dos 200 anos das relações diplomáticas entre Brasil e França marca a consolidação de uma parceria inovadora no audiovisual: a iniciativa Vozes Decoloniais, um laboratório de desenvolvimento de narrativas seriadas criado pelas Escolas Kourtrajmé (fundadas pelo cineasta Ladj Ly) e pelo Projeto Paradiso.

Inversão do Fluxo e Diálogo Transatlântico 🔄

O encontro entre as instituições, iniciado em 2022, reafirmou a convicção de que o cinema do futuro será moldado por vozes de origens diversas.

  • Brasil como Inspirador: O diálogo demonstrou que o fluxo de conhecimento não se limita mais ao eixo Norte-Sul Global. Hoje, o Brasil está em posição de destaque, exportando perspectivas únicas sobre representatividade, estética e narrativa audiovisual.

  • Masterclasses: A primeira fase da oficina contou com masterclasses de profissionais brasileiros como Adirley Queirós, Lílis Soares e Luciana Bezerra, abordando temas cruciais como a estética do cinema negro, a fotografia da pele negra e estratégias de criação coletiva.

Laboratório Criativo na Bahia 🎬

A segunda e mais prática etapa da iniciativa ocorre em Salvador, Bahia, a partir de 5 de dezembro. O estado foi escolhido por seu forte simbolismo como polo cultural negro e por sintetizar o diálogo transatlântico que o projeto busca.

  • Protótipo de Série: Oito profissionais — quatro brasileiros e quatro ex-alunos Kourtrajmé (vindos da França, Caribe e Senegal) — desenvolverão, de forma colaborativa, o protótipo de uma série original (proof of concept) a ser apresentada ao mercado internacional.

  • Cinematografia Polissêmica: A criação visa refletir as realidades sociais e ambientais diversas de seus autores, mobilizando histórias capazes de dialogar com audiências igualmente plurais.

Compromisso com a Diversidade e Formação 🎓

Tanto o Projeto Paradiso quanto as Escolas Kourtrajmé são exemplos de compromisso com a diversidade e a formação de talentos fora dos grandes centros:

  • Rede Paradiso: O núcleo brasileiro é composto por profissionais de todas as regiões e tem 40% de profissionais não-brancos, priorizando dimensões regionais, raciais e de gênero.

  • Escolas Kourtrajmé: Criadas na periferia de Paris, as escolas são gratuitas, profissionalizantes e enraizadas no território, visando transformar a sub-representação no audiovisual em equipes artísticas e técnicas.

O encontro entre os talentos sub-representados do Sul Global e da França aponta para uma cinematografia do futuro moldada por policentrismos, onde as estéticas emergem do cruzamento de sensibilidades culturais diversas.


Com informações: Diplomatique

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