Saúde
Dezembro Laranja: cirurgia plástica é aliada no resgate da autoestima no tratamento do câncer de pele
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INCA projeta 704 mil novos casos entre 2023 e 2025, com 31,3% deles sendo referentes ao câncer de pele não melanoma
Novas pesquisas, realizadas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), projetam uma realidade desafiadora para os próximos anos no Brasil. Segundo o Instituto, 704 mil novos casos anuais de câncer são previstos para o triênio de 2023 a 2025 – destes, uma porcentagem significativa de 31,3% é referente ao câncer de pele não melanoma, o tipo mais comum e menos nocivo, ainda que exija atenção dos profissionais da saúde e da população geral.
Fabio Nahas, cirurgião plástico, Diretor Científico Internacional da SBCP e Professor da Unifesp explica que existem dois tipos principais de câncer de pele: o não melanoma, que pode ser dividido entre carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular (entre outros mais raros), e o melanoma. O carcinoma basocelular se caracteriza por uma ferida ou nódulo e apresenta evolução lenta, e o carcinoma epidermoide surge também por meio de uma ferida ou sobre uma cicatriz, principalmente aquelas causadas por queimaduras. Já o câncer de pele melanoma é o menos comum e o mais perigoso, devido ao seu alto nível de mortalidade e chances de metástase.
O tipo não melanoma representa 95% do total dos casos de câncer de pele e pode surgir em qualquer parte do corpo, principalmente em áreas como rosto e pescoço. “O diagnóstico é clínico, normalmente feito por um profissional cirurgião plástico ou dermatologista, que avaliam características de marcas na pele, como machucados que não cicatrizam dentro de 30 dias, lesões que formam feridas ou que estão avermelhadas e descamando, e pintas que apresentem alterações de cor, tamanho ou espessura”, explica Nahas.
Todos estes tipos de câncer de pele têm algo em comum: é crucial que sejam diagnosticados precocemente, por isso a necessidade de avaliações periódicas de pintas escuras, manchas ou lesões. Desta forma, o tratamento será, em sua grande maioria, curativo, e os efeitos provocados na pele serão menores.
Nahas esclarece que, em muitos casos, o cirurgião plástico e o médico patologista trabalham em conjunto para a identificação do câncer de pele e definição das margens livres da doença, visando uma ressecção completa e, assim, evitando que células tumorais residuais permaneçam. “Com essas margens seguras bem definidas, o cirurgião plástico assume um papel fundamental na retirada do tumor, com uma missão que envolve saúde física e psicológica a longo prazo”, afirma o médico.
A reconstrução da pele após a ressecção tumoral engloba a utilização de técnicas muito utilizadas na cirurgia plástica, como enxertos de pele e retalhos de tecido. Elas contribuem para minimizar cicatrizes e deformidades, preservando a região afetada pelo tumor e evitando que as estruturas ao redor sejam impactadas.
“Mesmo sendo um câncer pouco nocivo, a ideia de ter uma marca exposta eternamente na pele assusta a maioria dos pacientes. Por isso, a preservação ou restauração da área operada não deve ser encarada apenas como um detalhe dessa jornada, mas sim como um dos pilares principais, afinal, envolve qualidade de vida, bem-estar e, sobretudo, autoestima”, defende Nahas.
A recuperação, prioritariamente física, deve também ser psicológica – e a função do cirurgião plástico em fazer com que o paciente se sinta bem no próprio corpo vem acompanhada desta missão de permitir que ele veja a si mesmo além da doença. O cirurgião plástico frisa que o paciente oncológico não deve ser reduzido ao câncer: ele merece – e precisa – ter uma vida harmônica, leve e livre dos estigmas de um câncer de pele.
Sobre Fabio Nahas
Com mais de 30 anos de carreira, Fabio Nahas é um dos cirurgiões plásticos mais renomados do país. Diretor Científico Internacional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, foi vice-presidente da ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Estética) e é especializado em Cirurgia Plástica e Reconstrutora.
Fabio Nahas é formado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com especialização em cirurgia geral e em cirurgia plástica pela USP. Realizou “fellowship” em cirurgia plástica na Universidade do Alabama, em Birmingham, nos Estados Unidos, tem Doutorado pela Faculdade de Medicina da USP e é Livre-Docente pela Unifesp / Escola Paulista de Medicina. Atualmente, se divide entre a clínica particular, na região da Avenida Brasil, em São Paulo, e a vida acadêmica. É Professor Orientador de Teses de Mestrado e Doutorado e Professor da Escola Paulista de Medicina (Unifesp). É também Editor Associado do Aesthetic Plastic Surgery Journal, órgão oficial de publicações científicas da International Society of Plastic Surgery (ISAPS).
O cirurgião conta com diversas contribuições científicas, com mais de 400 publicações, artigos e estudos na área de atuação. Nahas tem seis livros publicados e realizou conferências e cirurgias em 33 países, em universidades como New York University, Universidade de Pittsburgh, Universidade da Califórnia em São Francisco, Clínica Mayo, Universidade de Toronto, entre outras.
*FBS
droversointeru
3 de janeiro de 2025 no 11:03
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