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Sociedade

Evoluir Através do Conflito- Caminhos para relações conscientes

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“Dez por cento dos conflitos se devem a divergências de opinião; os outros noventa por cento ao tom de voz equivocado.”

Conflitos são inevitáveis em qualquer relação amorosa, mas a forma como lidamos com eles é o que define a qualidade e a longevidade de um relacionamento. Em vez de encará-los como ameaças, podemos aprender a vê-los como oportunidades de crescimento individual e a dois. Para isso, é essencial que o casal esteja emocionalmente disponível e disposto a cooperar na resolução da divergência — não como adversários, mas como parceiros.

A seguir, apresento cinco passos fundamentais para transformar os conflitos em alicerces de evolução emocional e afetiva:

1. Escolher o Momento e o Espaço Adequados

Pode parecer idealista sugerir hora e local certos para discutir questões delicadas, mas esse pequeno cuidado pode alterar radicalmente o rumo da conversa. Evite iniciar diálogos difíceis em momentos de exaustão, como no fim do dia, quando ambos chegam do trabalho.

Caso não esteja emocionalmente disponível, não hesite em adiar:
“Podemos conversar mais tarde?”
“Preciso de um tempo para refletir.”
“Será que podemos falar sobre isso em outro lugar, com mais privacidade?”

A escolha consciente do momento certo revela maturidade emocional e favorece uma comunicação mais empática e eficaz.

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2. Gerenciar Emoções Negativas

Nada sabota mais um diálogo do que emoções descontroladas. Raiva, mágoa ou ressentimento turvam a clareza e podem transformar palavras em armas. O autocontrole, nesse contexto, é uma habilidade essencial — não apenas para manter a relação saudável, mas como prática constante de autoconhecimento. Reconhecer e regular as próprias emoções é um passo fundamental na construção de uma parceria emocionalmente consciente e respeitosa.

3. Cuidar da Qualidade da Comunicação

A maneira como nos comunicamos tem impacto direto na resolução (ou escalada) dos conflitos. Como disse a autora Ritu Ghatourey:
“Dez por cento dos conflitos se devem a divergências de opinião; os outros noventa por cento ao tom de voz equivocado.”Evite generalizações como “Você nunca…” ou “Você sempre…”, que tendem a colocar o outro na defensiva. Em vez de acusar, pergunte:
“Por que você se atrasou?” ao invés de “Você não tem consideração nenhuma por mim!”. Use a curiosidade no lugar da crítica, uma comunicação não violenta abre espaço para o entendimento mútuo.

4. Estabelecer Compromissos Reais

Todo conflito pede um acordo. Resolver uma questão requer disposição mútua para ajustar comportamentos. Quando o compromisso não é honrado, há o risco de se instaurar o chamado Efeito Zeigarnik — o acúmulo de pendências de questões que permanecem inconclusas e se tornam uma carga tóxica na relação. Em casos mais delicados ou recorrentes, buscar a ajuda de um profissional especializado em relacionamentos pode ser transformador. Terapia de casal não é sinal de fracasso, mas de maturidade.

5. Crescimento e Evolução

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Cada desentendimento carrega em si o potencial de transformação. Conflitos nos ensinam a pedir desculpas, perdoar, ouvir com mais atenção e comunicar com mais clareza. Aprendemos a respeitar nossos limites e os do outro, fundamentais para construir relações mais saudáveis e autênticas. Quando ambos os parceiros escolhem evoluir juntos, até os momentos mais desafiadores tornam-se oportunidades de fortalecimento emocional e afetivo.

Relacionamentos conscientes não são aqueles isentos de conflitos, mas os que encontram neles uma chance de amadurecimento. Crescer juntos é uma escolha diária, feita através da escuta, da empatia e do compromisso mútuo com o bem-estar emocional do casal.

Grande abraço,

 


Fonte: ICL Notícias

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Brasil

Arquivo Nacional recebe doação de acervo sobre religiosidade afro-brasileira e cultura iorubá

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O Arquivo Nacional recebeu uma importante doação do jornalista, antropólogo e babalawô Fernandez Portugal Filho, contendo um vasto acervo sobre religiosidade afro-brasileira, com destaque para a Umbanda e a cultura iorubá. Os documentos, que incluem estatutos de terreiros, como o do Centro Espírita São Jorge de 1974, são fontes históricas valiosas para investigar realidades locais, o comportamento de lideranças e, notavelmente, a dinâmica de defesa da Umbanda durante a ditadura militar.


A Importância Histórica dos Estatutos 📜

O acervo de Fernandez Portugal Filho é proveniente do centro de Estudos e Pesquisas de Cultura Iorubá, fundado em 1977. Os estatutos dos terreiros são documentos que estruturam o funcionamento (administração, fins religiosos e beneficentes) e as normas de conduta das casas.

  • Ditadura Militar: Fernandez Portugal Filho destaca que os registros dos anos 1970 são “extremamente interessantes do ponto de vista político e social”, pois “mostram como a umbanda se defendia dentro da estrutura militar, quais elementos eram utilizados para se fortalecer naquele contexto”.

  • Investigação Sociopolítica: Esses documentos permitem investigações sobre disputas internas, divisões patrimoniais e a relação complexa entre as religiões de matriz africana e o contexto sociopolítico da época.

Detalhes do Acervo e o Processamento Técnico 🗃️

O acervo foi doado em duas etapas. O primeiro lote, entregue em 1999, já está disponível para consulta presencial e abrange temas como arte e cultura negra, feminismo e a luta contra a discriminação racial, com destaque para materiais de Abdias do Nascimento.

O segundo lote, doado em 2025, foca em religiosidade afro-brasileira e inclui:

  • Revistas, jornais e recortes.

  • Regimentos e estatutos de instituições (como o do Centro Espírita São Jorge).

  • Hinos, partituras, certidões de batismo e cartazes.

  • Correspondências institucionais.

  • Acesso ao Público: Os itens do segundo lote ainda estão em fase de tratamento técnico pela Divisão de Processamento Técnico de Documentos Privados (Didop). A previsão é que fiquem disponíveis para o público em 2026. O processo inclui identificação, catalogação no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (Sian), acondicionamento e digitalização.

  • Materiais Audiovisuais: Há expectativa de doação de um terceiro lote, que incluirá fitas cassete e fitas de rolo com gravações de terreiros no Rio de Janeiro, Salvador, Nigéria e Benin (berços da cultura iorubá), além de mais de 150 DVDs sobre candomblé e umbanda.

A incorporação do acervo é vista como fundamental para fornecer novas leituras da história do Brasil, integrando narrativas e vozes que, por muito tempo, permaneceram à margem dos registros oficiais, conforme destacou Mara Luci Araújo, da Coordenação de Documentos Escritos (Codes) do Arquivo Nacional.


Com informações:  Agência Brasil

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Brasil

Exploração madeireira em Florestas Nacionais na Amazônia ameaça território e cultura do povo Munduruku

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O povo Wuyjuyũ (conhecido como Munduruku), da bacia do Rio Tapajós, na amazônia brasileira, enfrenta ameaças crescentes aos seus territórios e modos de vida. A criação de florestas Nacionais (Flonas), como a Flona do Crepori, destinadas à conservação e exploração comercial, entra em conflito direto com o uso tradicional da terra e facilita a atividade de garimpo ilegal, contrariando o direito ao consentimento livre, prévio e informado (CLPI) dos Munduruku.


Conflito: Conservação de Mercado vs. Território Tradicional 🌳

As Flonas são unidades de conservação de uso sustentável que permitem a exploração madeireira comercial sob concessão do serviço Florestal Brasileiro (SFB). A Flona do Crepori, criada em 2006, sobrepõe-se a locais sagrados, antigas aldeias (agõkabuk) e áreas de uso tradicional dos Munduruku, que se estendem para além dos limites de sua terra indígena (TI) oficialmente demarcada.

  • Oposição Indígena: As associações Munduruku denunciam a comercialização da floresta, se opõem à exploração madeireira, à mineração e aos esquemas de crédito de carbono.

  • CLPI Negado: Os Munduruku tiveram seu direito ao CLPI negado em relação aos planos florestais, o que permitiu o leilão de grandes faixas da Flona do Crepori para extração regulamentada.

  • Impacto no Modo de Vida: A concessão proíbe atividades tradicionais como pesca, caça e coleta em uma área que é seu território ancestral, forçando os guerreiros a “caminhar cada vez mais longe e voltar sem nada”.

Privatização da Floresta e o Garimpo Ilegal ⚠️

O leilão das unidades de Manejo Florestal (UMF) II e III dentro do Crepori para a empresa Brasad’Oc Timber em 2014 foi judicialmente paralisado em 2016 e retomado em julho de 2023. A justificativa para a retomada era que a exploração madeireira ajudaria a combater o garimpo ilegal, mas pesquisas de campo mostram o contrário.

  • Conexão Ilegal: Garimpeiros relataram que as estradas de acesso às minas foram abertas para a exploração madeireira. A atividade madeireira facilitou o acesso para o garimpo ilegal, cujas áreas de exploração seguem o curso do rio e as estradas abertas pela madeireira (ver figura 3).

  • Poluição: O garimpo ilegal poluiu o Rio Crepori com mercúrio, que contamina a água, envenena os peixes, prejudica áreas de desova e entra na cadeia alimentar, causando o desaparecimento dos estoques pesqueiros.

  • Conclusão da Pesquisa: As evidências mostram que estratégias de conservação baseadas no mercado e na privatização não eliminam atividades ilegais. Pelo contrário, o desenvolvimento de infraestrutura madeireira facilita atividades ilícitas, abrindo novas rotas de acesso em florestas antes remotas.


Com informações:  Diplomatique

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Brasil

Ato contra PL da dosimetria em Brasília concentra críticas a Motta

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Protesto contra proposta que beneficia condenados por tentativa de golpe de estado, como Jair Bolsonaro, mira também a escala 6×1 o marco temporal e, principalmente, o presidente da Câmara, Hugo Motta.


Uma manifestação contra o projeto de Lei (PL) da Dosimetria, que prevê penas mais brandas para condenados por tentativa de golpe de estado, ocorreu em Brasília (DF) neste domingo (14/12), reunindo cerca de 5 mil participantes, segundo estimativa inicial da Polícia Militar.

O foco principal do protesto, além da derrubada do PL da Dosimetria, foi o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos – PB). O deputado foi chamado de “filhote de Lira”, em referência ao ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP – AL).

As principais mensagens exibidas nos cartazes e ouvidas no ato foram: “Congresso inimigo do povo”, “Fora Hugo Motta” e “Sem anistia”. Curiosamente, o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, um dos principais beneficiados pela proposta, foi menos citado do que o de Motta. O trompetista Fabiano Leitão, conhecido por tocar a marcha fúnebre durante a prisão de Bolsonaro, foi considerado uma “celebridade” pelos manifestantes.

Entenda o PL da Dosimetria

Aprovado pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (10/12), o projeto estabelece mudanças nas regras de progressão de pena.

  • Alteração na Progressão: Pela medida, o preso com bom comportamento poderá migrar para o regime semiaberto ou aberto após o cumprimento de um sexto da pena (aproximadamente $16,7\%$), e não mais de um quarto (ou $25\%$), como é a regra atual.

  • Crimes Contra o Estado: O projeto também altera parâmetros para crimes contra o estado Democrático de Direito, como tentativa de golpe de estado e abolição violenta do estado Democrático de Direito.

  • Impacto em Bolsonaro: Segundo especialistas e políticos da base do governo, a medida é uma tentativa de burlar a prisão de Bolsonaro. Caso aprovado pelo Senado Federal, a pena do ex-presidente, que é de $27\text{ anos e }3\text{ meses}$, cairia para $20\text{ anos e }8\text{ meses}$. Com a remição de pena pelo período de detenção domiciliar, ele passaria a cumprir apenas $2\text{ anos e }4\text{ meses}$ em regime fechado.

A votação do PL da Dosimetria no plenário do Senado está prevista para a próxima quarta-feira (17/12).


Com informações: Metrópoles

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