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Cultura

Jornadas do Patrimônio de 2025 têm como tema culturas populares

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As Jornadas do Patrimônio Cultural do Distrito Federal chegam à 12ª edição em 2025

A iniciativa engloba uma série de ações pedagógicas, científicas e culturais voltadas para a educação patrimonial e, em cada ano, tem um tema distinto. Desta vez, o mote será a cultura popular. O anúncio foi feito em comissão geral da Câmara Legislativa nesta quinta-feira (24/4) pela representante da Secretaria de Educação no evento, Vanessa Nascimento Freitas.

A comissão foi proposta e presidida pelo deputado Gabriel Magno (PT), que salientou a importância das Jornadas para levarem “o papel do patrimônio e da cultura na garantia da cidadania e dos direitos” para as escolas. O distrital é o autor da Lei nº 7.468/2024, que trata do financiamento das atividades em cada exercício financeiro.

Ao apresentar o tema das Jornadas deste ano, Vanessa Freitas explicou que as culturas populares envolvem diversas manifestações “que atravessam o tradicional, o urbano, o artesanal e o contemporâneo”. “Será uma oportunidade de dar visibilidade também para os saberes, práticas e expressões culturais que, muitas vezes, ficam à margem das narrativas oficiais”, afirmou.

Desde 2019 na Gerência de Educação Ambiental, Patrimonial, Língua Estrangeira e Arte-Educação (Geapla) da Secretaria, Freitas destacou que as Jornadas – cuja programação antes ficava concentrada em apenas uma semana – agora têm desdobramentos ao longo do ano, “ocupando o calendário de forma viva e contínua”. O desafio, segundo ela, continua sendo o orçamento para viabilizar todas as ações.

Autora da lei que instituiu as Jornadas do Patrimônio Cultural do DF (Lei nº 5.080/2013), a ex-deputada Arlete Sampaio elogiou o envolvimento das secretarias de Educação e Cultura do DF, bem como do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na implementação da lei. “Se não prezamos nossos patrimônios, ficamos sem identidade”, afirmou. A ex-distrital ainda defendeu: “Precisamos que as Jornadas transbordem para além do espaço das escolas”.

Educação, patrimônios e identidade

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Na comissão geral, o criador do grupo cultural “Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro”, Tico Magalhães, abordou a educação como uma forma de ensinar “o que a gente está procurando ser” e o patrimônio como um instrumento “para não deixar a gente perder o que já é”.

Já o presidente do Iphan, o ex-distrital Leandro Grass, tratou de patrimônio e cultura como direitos: “Tem de estar na cesta básica, como disse o ex-ministro [Gilberto] Gil”. Além disso, ele ressaltou que o patrimônio cultural é “essencial ao senso de comunidade” e acrescentou: “Patrimônio não tem a ver somente com o passado; tem a ver, sobretudo, com o futuro, com projetar o que queremos”.

A importância de se valorizar, especificamente, o legado imaterial do Distrito Federal foi defendida por Thiago Dias Francisco, do grupo de teatro de bonecos Mamulengo Fuzuê: “Isso passa pela valorização das pessoas, dos mestres e dos aprendizes; da memória e do fazer imaterial”.

Prêmio de Educação

Ainda durante a comissão geral desta tarde, o deputado Gabriel Magno anunciou a criação de uma categoria para projetos de educação patrimonial na 3ª edição do Prêmio Paulo Freire de Educação, realizado pela Comissão de Educação e Cultura da CLDF. A iniciativa tem como objetivo homenagear projetos de escolas públicas e privadas que se destacam por suas práticas inovadoras e transformadoras no ensino do DF. Publicado no Diário da Câmara Legislativa de hoje, o edital da premiação estabelece que as inscrições poderão ser feitas a partir do próximo dia 5 de maio até 5 de julho.


* Agência CLDF

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Brasil

Arquivo Nacional recebe doação de acervo sobre religiosidade afro-brasileira e cultura iorubá

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O Arquivo Nacional recebeu uma importante doação do jornalista, antropólogo e babalawô Fernandez Portugal Filho, contendo um vasto acervo sobre religiosidade afro-brasileira, com destaque para a Umbanda e a cultura iorubá. Os documentos, que incluem estatutos de terreiros, como o do Centro Espírita São Jorge de 1974, são fontes históricas valiosas para investigar realidades locais, o comportamento de lideranças e, notavelmente, a dinâmica de defesa da Umbanda durante a ditadura militar.


A Importância Histórica dos Estatutos 📜

O acervo de Fernandez Portugal Filho é proveniente do centro de Estudos e Pesquisas de Cultura Iorubá, fundado em 1977. Os estatutos dos terreiros são documentos que estruturam o funcionamento (administração, fins religiosos e beneficentes) e as normas de conduta das casas.

  • Ditadura Militar: Fernandez Portugal Filho destaca que os registros dos anos 1970 são “extremamente interessantes do ponto de vista político e social”, pois “mostram como a umbanda se defendia dentro da estrutura militar, quais elementos eram utilizados para se fortalecer naquele contexto”.

  • Investigação Sociopolítica: Esses documentos permitem investigações sobre disputas internas, divisões patrimoniais e a relação complexa entre as religiões de matriz africana e o contexto sociopolítico da época.

Detalhes do Acervo e o Processamento Técnico 🗃️

O acervo foi doado em duas etapas. O primeiro lote, entregue em 1999, já está disponível para consulta presencial e abrange temas como arte e cultura negra, feminismo e a luta contra a discriminação racial, com destaque para materiais de Abdias do Nascimento.

O segundo lote, doado em 2025, foca em religiosidade afro-brasileira e inclui:

  • Revistas, jornais e recortes.

  • Regimentos e estatutos de instituições (como o do Centro Espírita São Jorge).

  • Hinos, partituras, certidões de batismo e cartazes.

  • Correspondências institucionais.

  • Acesso ao Público: Os itens do segundo lote ainda estão em fase de tratamento técnico pela Divisão de Processamento Técnico de Documentos Privados (Didop). A previsão é que fiquem disponíveis para o público em 2026. O processo inclui identificação, catalogação no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (Sian), acondicionamento e digitalização.

  • Materiais Audiovisuais: Há expectativa de doação de um terceiro lote, que incluirá fitas cassete e fitas de rolo com gravações de terreiros no Rio de Janeiro, Salvador, Nigéria e Benin (berços da cultura iorubá), além de mais de 150 DVDs sobre candomblé e umbanda.

A incorporação do acervo é vista como fundamental para fornecer novas leituras da história do Brasil, integrando narrativas e vozes que, por muito tempo, permaneceram à margem dos registros oficiais, conforme destacou Mara Luci Araújo, da Coordenação de Documentos Escritos (Codes) do Arquivo Nacional.


Com informações:  Agência Brasil

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Cultura

‘Cem dias entre Céu e Mar’: a jornada épica de Amyr Klink que ganha adaptação para o cinema

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Lançado em 1985, o livro “Cem dias entre Céu e Mar” narra a travessia inédita e solitária do explorador Amyr Klink em 1984, quando remou da Namíbia até Salvador (BA) pelo Atlântico Sul. Quase quatro décadas depois, a obra retorna aos holofotes com a adaptação cinematográfica “100 Days”, dirigida por Carlos Saldanha, cuja produção foi finalizada em 2024 e segue aguardando o anúncio oficial de lançamento

A Sobrevivência Solitária no Atlântico 🛶

O livro é um registro detalhado dos mais de cem dias de Klink sozinho, enfrentando a fúria do oceano em um barco a remo projetado por ele. A narrativa equilibra episódios de grande perigo, como os 19 emborcamentos em menos de um mês, com a rotina extenuante na minúscula cabine, lidando com a umidade, o cheiro de sal e o silêncio absoluto.

  • Desafios: Klink precisou lidar com tempestades que duravam quase uma semana, marolas traiçoeiras e a escuridão absoluta, mantendo a sanidade em isolamento.

  • Técnica e Improviso: O sucesso da expedição dependeu da capacidade de Klink de reorganizar o lastro, redistribuir o peso e utilizar o sextante para se orientar, em um processo contínuo de adaptação às mudanças imprevisíveis do mar.

  • Inovação: Um dos aspectos mais inovadores da expedição foi o plano alimentar criado por nutricionistas, com cardápios desidratados que podiam ser preparados com água do mar, economizando água potável e ampliando a autonomia da embarcação.

Do Papel para a Tela: o Desafio do Cinema 🎬

A adaptação “100 Days”, uma coprodução internacional que uniu equipes brasileiras e finlandesas, busca transpor para o cinema a complexa jornada psicológica da solidão e da resistência de Klink.

O diretor Carlos Saldanha se deparou com o desafio de transformar uma história marcada por silêncio e pequenos gestos em imagem e ritmo. Para recriar o ambiente de isolamento de forma realista, o filme utilizou tanques de água com ondas artificiais e um barco desenvolvido especificamente para a filmagem, com o objetivo de reduzir a dependência de efeitos digitais.

A travessia de 1984 consolidou Amyr Klink como um dos principais nomes da navegação moderna no Brasil e sua obra segue sendo uma referência sobre a resistência humana.


Com informações: Revista Fórum

 

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Cultura

Vozes Decoloniais: Parceria franco-brasileira inverte o fluxo de conhecimento e aposta em novas narrativas do Sul Global

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Em celebração aos 200 anos das relações diplomáticas, a iniciativa Vozes Decoloniais une as escolas francesas Kourtrajmé e o Projeto Paradiso em um laboratório inédito de desenvolvimento de séries. O projeto, que acontece em Salvador (BA) e reúne cineastas do Brasil, França, Caribe e Senegal, busca formar uma cinematografia do futuro forjada por vozes diversas e sub-representadas. O intercâmbio demonstra que o Brasil é hoje uma fonte de inspiração, exportando perspectivas únicas sobre representatividade e estética do cinema negro

A celebração dos 200 anos das relações diplomáticas entre Brasil e França marca a consolidação de uma parceria inovadora no audiovisual: a iniciativa Vozes Decoloniais, um laboratório de desenvolvimento de narrativas seriadas criado pelas Escolas Kourtrajmé (fundadas pelo cineasta Ladj Ly) e pelo Projeto Paradiso.

Inversão do Fluxo e Diálogo Transatlântico 🔄

O encontro entre as instituições, iniciado em 2022, reafirmou a convicção de que o cinema do futuro será moldado por vozes de origens diversas.

  • Brasil como Inspirador: O diálogo demonstrou que o fluxo de conhecimento não se limita mais ao eixo Norte-Sul Global. Hoje, o Brasil está em posição de destaque, exportando perspectivas únicas sobre representatividade, estética e narrativa audiovisual.

  • Masterclasses: A primeira fase da oficina contou com masterclasses de profissionais brasileiros como Adirley Queirós, Lílis Soares e Luciana Bezerra, abordando temas cruciais como a estética do cinema negro, a fotografia da pele negra e estratégias de criação coletiva.

Laboratório Criativo na Bahia 🎬

A segunda e mais prática etapa da iniciativa ocorre em Salvador, Bahia, a partir de 5 de dezembro. O estado foi escolhido por seu forte simbolismo como polo cultural negro e por sintetizar o diálogo transatlântico que o projeto busca.

  • Protótipo de Série: Oito profissionais — quatro brasileiros e quatro ex-alunos Kourtrajmé (vindos da França, Caribe e Senegal) — desenvolverão, de forma colaborativa, o protótipo de uma série original (proof of concept) a ser apresentada ao mercado internacional.

  • Cinematografia Polissêmica: A criação visa refletir as realidades sociais e ambientais diversas de seus autores, mobilizando histórias capazes de dialogar com audiências igualmente plurais.

Compromisso com a Diversidade e Formação 🎓

Tanto o Projeto Paradiso quanto as Escolas Kourtrajmé são exemplos de compromisso com a diversidade e a formação de talentos fora dos grandes centros:

  • Rede Paradiso: O núcleo brasileiro é composto por profissionais de todas as regiões e tem 40% de profissionais não-brancos, priorizando dimensões regionais, raciais e de gênero.

  • Escolas Kourtrajmé: Criadas na periferia de Paris, as escolas são gratuitas, profissionalizantes e enraizadas no território, visando transformar a sub-representação no audiovisual em equipes artísticas e técnicas.

O encontro entre os talentos sub-representados do Sul Global e da França aponta para uma cinematografia do futuro moldada por policentrismos, onde as estéticas emergem do cruzamento de sensibilidades culturais diversas.


Com informações: Diplomatique

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